Precisamos conversar sobre exaustão mental

Image

Precisamos conversar sobre exaustão mental

  • 12 | 03 | 21

Com a inserção das tecnologias nas organizações, houve uma maior flexibilidade e controle nas linhas de produção.

Porém o foco maior sempre é em alcançar o escopo de todo crescimento, que é a obtenção de lucro, em que era necessário acompanhar a lei da oferta e da demanda. A globalização e a tecnologia, acarretaram algumas mudanças e acabaram influenciando a hegemonia e a capitalização de bem estar.

Com a obtenção de lucro, muitas pessoas começaram a exercer a função de trabalhadores, e durante o tempo foram ganhando mais importância à medida que reivindicassem seus direitos frente ao sistema que contestasse o bem-estar do profissional. A saúde do trabalhador passou a ser abordada de forma constante dentro das organizações, principalmente pela pressão que as empresas sofreram de sindicatos e órgãos do estado que fiscalizam os direitos e a segurança da classe operária. Então criou-se o toyotismo, que é um modelo flexível de jornada de trabalho, em que pode-se dizer que o indivíduo passou a ganhar uma maior liberdade de raciocínio,  reivindicando os direitos,  para desempenhar suas atividades e resolver problemas cotidianos.

Com a obtenção de novos direitos, as pessoas acabaram por se questionar, afetando diretamente a saúde mental do profissional. Esses questionamentos tinham relação com a insegurança, em que era se questionado a capacidade de trabalho da pessoa. A instabilidade no mercado de trabalho gerada pela rotatividade das empresas capitalistas, aliada à necessidade de sobrevivência são fatores que impactam diretamente no comportamento do trabalhador. A forma com que o trabalho é cobrado, sempre levando o trabalhador à trabalhar no limite e buscando o comprometimento psicológico mediante o “vestir a camisa” da empresa, traz a longo prazo um sentimento de insatisfação e estresse.

Muitas vezes buscamos o sucesso e a perfeição mas muitas vezes não sabemos como chegar até lá, gerando um estresse nas pessoas. O estresse é um conjunto de reações do corpo,  em um processo de esforço frente à adaptação de diferentes exigências. Causado pela sobrecarga e intensificação do trabalho, resultantes da pressão contínua que o trabalhador sofre na organização para que o mesmo atinja um nível de excelência no seu rendimento, seria justificado pela importância do acúmulo de capital e da concorrência das organizações no capitalismo moderno. Com isso, o estresse tornou-se um dos problemas da sociedade contemporânea, gerado pelo elevado ritmo de vida. É tudo consequência da evolução do trabalho, onde o capitalismo moderno, tem como único objetivo o acúmulo de capital e interesses materiais. As pessoas se tornam reféns do seu próprio negócio. 

Com o aumento do estresse progressivo, diretamente ligado ao trabalho, que não foi gerenciado com sucesso, as pessoas vêm a desencadear a Síndrome do Burnout, em que se tem ganhado maior importância. Com esse esgotamento, a condição emocional do indivíduo é altamente afetada, onde se têm consequências como a desmotivação, dificuldades em socializar-se, tanto no meio de trabalho quanto no meio social, despersonalização, exaustão emocional, e falta de envolvimento pessoal no trabalho

A síndrome é caracterizada por 3 momentos: 

1) sentimentos de esgotamento ou exaustão de energia;

2) aumento da distância mental do trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao trabalho;

3) eficácia profissional reduzida. Contudo, é necessário escutar e dar atenção aos sinais da mente e do corpo, principalmente quando todo o cansaço e estresse parecem piorar no ambiente de trabalho.

Como saber em que momento você deve se preocupar?

Nem todos os sentimentos ruins e sensações significam que sua saúde mental já esteja totalmente comprometida. Muitas vezes, isso pode estar relacionado com outras questões, e esse é mais um motivo para observar suas reações em diferentes momentos e lugares. Por exemplo: o desânimo para cumprir as tarefas, a falta de concentração e foco ou aquela vontade de desligar o despertador pela manhã e “matar o serviço” são fortes indícios de que algo não vai bem.

Para profissionais das mais diferentes áreas, com destaque para os empreendedores, ser workaholic é uma condição vital. Existem pessoas que respiram trabalho 24/7 e são extremamente felizes assim. Contudo, muitas vezes essas pessoas não sabem diferenciar, o pessoal e social, e acabam tendo consequências como a perda de identidade que, para algumas pessoas, pode causar uma crise existencial,  forte sentimento de insatisfação e consequente baixa autoestima. Em tudo que fazemos hoje é necessário impor limites, tendo um respeito por você mesmo! Não é necessário  trabalhar menos ou deixar de trabalhar. É possível dizer que separar cada área da vida tende a ser mais saudável, desde que se busque equilibrar as funções de cada uma, tenha uma agenda profissional.

Como se ter um equilíbrio emocional e de saúde?

1. Pratique  atividade física com regularidade

2. Mantenha uma higiene do sono (controle o consumo de bebidas alcoólicas; evite o consumo de cafeína após determinado horário do dia; tenha uma rotina relaxante e regular para dormir (leve um livro para cama);

3. Meditar (tem aplicativos que podem te ajudar, pesquise por meditação guiada)

4. Não desmarque compromissos com amigos e família (coloque prioridade na sua vida)

5. Cuidado com o uso excessivo do smartphone (TER E SER, desejo da vida perfeita das redes sociais)

Como deixar o local de trabalho menos estressante?

1. Procure estabelecer limites nas relações dentro da empresa, para que a amizade não seja usada como desculpa para que lhe transfiram mais trabalho e responsabilidade do que você pode assumir;

2. Sempre que possível, evite ler emails e mensagens do trabalho fora do expediente, incluindo seu horário de almoço e intervalos;

3. Crie relacionamentos baseados em confiança e honestidade, inclusive com a chefia;

4. Se você é um gestor ou CEO, aprenda a delegar funções para as pessoas certas, assim é possível descentralizar o trabalho e diminuir a carga de tarefas;

5. Não abra mão das férias: esse é um período fundamental para “recarregar as baterias”.

Existem diversas boas práticas, aqui citamos algumas. O importante é entender quais são os seus limites e o que funciona para você, vivendo assim de uma forma equilibrada.


Notícias recentes

Vamos conversar?

Estamos a sua disposição para levar a contabilidade da sua empresa a outro patamar.

botão whatsapp